Depois dos “coachs”, agora temos os “especialistas” em IA

Depois dos “coachs”, agora temos os “especialistas” em IA

Desculpe, mas este post pode ter cara de desabafo, e talvez até seja mesmo.

Trabalho com tecnologia há umas 3 décadas, e quando alguém me pergunta no que eu sou especialista, ainda reluto em responder. Afinal, existem um milhão de pessoas que sabem mais do que eu, mesmo existindo um bilhão de pessoas que saibam menos.

Não se trata de humildade (até poderia), mas apenas de um senso de justiça. Se alguém me contratar como especialista, sinto que deveria saber de tudo, ou quase tudo a respeito, e em tecnologia e IA não parece fazer sentido.

Mas vemos por aí, como vimos no caso dos “coachs” um bando de “especialistas em IA” cujo trabalho tem sido testar uma dezena de novos aplicativos, daqueles que saem todos os dias. Ou, às vezes pior, copiar ou traduzir aquelas tabelonas com: “Nome da IA” x “Aplicação”.

Não sabem a diferença entre aplicação e modelo, treinamento e redes neurais ou, como já vi, pregam que tudo pode ser feito apenas com o chat GPT, nem de API fala. 

Entendo que o posicionamento de um “especialista em IA”, e tenho trabalhado para poder dizer que estou nesse caminho, é alguém que consegue conceber uma solução utilizando IA como um ou mais de seus componentes. 

É um misto de arquitetura de software, visão de negócios e arquitetura de valor. Tudo junto e, ao mesmo tempo, porque na maioria dos casos, a solução não pode demorar 2 minutos ou custar U$1,00 para cada pergunta. 

É preciso saber que meios de tecnologia terão de ser utilizados para “economizar” modelos, evitando perguntar coisas inúteis, gastando tempo e recursos. Modelos especialistas têm de ser utilizados pensando em cada caso, para não perguntar para um o que o outro foi melhor treinado para fazer.

Sem falar de questões de segurança, “compliance” e tantas outras questões que não podemos fugir no fim do dia.

Bom, enfim, existe muito mais …

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