Engenharia de prompts: É só isso que você precisa saber. Será?
Preciso confessar, estou meio cabreiro com esse negócio da “engenharia de prompts”. Com minha equipe, costumo brincar que as palavras “engenharia” e “prompt” nem deveriam andar juntas.
Pode ser implicância, afinal sou engenheiro e deu muito trabalho estudar e entender a “engenhosidade” das coisas. O “prompt”, uma frase genérica que constrói coisas a partir de um pedido humilde do usuário, parece contraditório com o conceito de engenharia.
Mas, não dá para lutar com a realidade. Eu mesmo já fiz dois cursos sobre engenharia de prompt, mesmo um pouco “emburrado” 😊.
De forma estruturada, a engenharia de prompts refere-se ao processo de formular perguntas ou comandos específicos que orientam os modelos de IA a gerar respostas relevantes, ou no mundo ideal, que ela faça o que você pediu, sem rodeios e sem “alucinações”.
Então, o segredo do sucesso de um “especialista em IA” é saber fazer um bom prompt, correto?
Bom, não é bem assim. E dou alguns motivos:
- Prompts são ferramentas para interagir com IAs baseadas em linguagem natural, que são bem famosas, mas apenas uma parte dos modelos existentes, que são alguns milhares.
- Para esses, de linguagem natural, são baseados em padrões estatísticos e aprendizado de máquina, o que significa que seus resultados podem variar e, em alguns casos, serem imprevisíveis.
É isso mesmo, imprevisíveis…
Na minha experiência pessoal, sei que a eficácia de um prompt bem escrito é indiscutível. E não estou falando aqui de comandos para criar bonecos. Nesses casos, não há diferença prática entre um boneco perfeito (como você imaginou) e um 80% perfeito (aquele que saiu).
Me refiro aqui a modelos que estão tomando decisões ou dando respostas críticas. Se um modelo decide dar um desconto 35%, quando o projetado seria de um máximo de 20%, não se trata de uma imperfeição, é uma catástrofe.
Para esses casos, já notamos que a forma de escrever, a ordem das ideias dentro do prompt, até mesmo vírgulas e pontos em lugares estratégicos mudam completamente a resposta do modelo.
Isso porque a complexidade da linguagem humana e a infinidade de contextos possíveis tornam impossível garantir a precisão absoluta através de prompts.
Outro ponto que notamos é que, uma parte das pessoas tem grande dificuldade em explicar o que querem, ou querem coisas que não conhecem bem.
Notei isso no experimento sobre desenvolvimento de software (fiz artigo aqui sobre isso). As pessoas querem que IAs escrevam códigos, pois elas não entendem de programação, mas elas mesmas não sabem pedir porque…. Não entendem de programação.
Por isso, lamento informar (ou não 😊), o prompt não basta. É preciso um pouco mais de engenharia de software tradicional aqui. (Uhhu!)
Então, para seu projeto, não procure “especialistas em IA” procure especialistas em soluções de tecnologia que usam IA. Se quiser falar comigo sobre seus projetos, é só entrar em contato aqui.
